REPERTÓRIO SOBRE O PROCESSO DE INEFICÁCIA DO ESTADO

 

ZYGMUNT BAUMAN

INSTITUIÇÕES ZUMBIS

Para Bauman, sociólogo polonês, algumas instituições atuam como ''zumbis'' , pois perderam a sua função social. São instituições  públicas que funcionam na teoria, mas na prática são ineficazes.

 

THOMAS HOBBES

Para Thomas Hobbes, filósofo inglês, é dever do Estado proporcionar meios que auxiliem o progresso de toda a coletividade.

Em sua obra “Leviatã”, o Estado é comparado a uma criatura demoníaca, onipotente, uma vez que possui muitos poderes em suas mãos. Para ele, o homem é nocivo, naturalmente rui8m, comparado a um animal. De acordo com Hobbes “o homem é o lobo do próprio homem”.

 

GILBERTO DIMENSTEIN

Em “Cidadão de Papel”, Dimenstein fala sobre a diferença entre os direitos garantidos pela Constituição e a realidade prática, exemplificando a negligência governamental. A legislação brasileira é ineficaz, dado que, embora aparente ser completa na teoria, muitas vezes, não se concretiza na prática.

Alusão Literária 1984 | George Orwell 

“1984” é uma obra-prima da ficção do século XX e um livro que merece ser lido por todos. Ele faz uma reflexão profunda a respeito dos riscos e das mazelas dos governos totalitários de qualquer matiz ideológico. Escrito na década de 1940, em plena efervescência dos regimes autocráticos ao redor do mundo, 1984 desenha um mundo distópico (um futuro terrível para a humanidade) em que o globo se divide em apenas três imensos territórios; o personagem principal, Winston Smith, reside na Oceania, na região onde no passado havia sido a Grã-Bretanha. Lá, os habitantes experimentam um regime ditatorial marcado pela vigilância governamental onipresente e pela manipulação da imprensa e da História.

Alusão Literária  Vidas Secas | Graciliano Ramos 

“Vidas Secas” é um conhecido e importante romance da literatura brasileira. Publicado em 1938 por Graciliano Ramos, enquadra-se no Regionalismo, estética literária que tinha como base a valorização dos aspectos específicos de regiões do Brasil – no caso, o Nordeste. A obra conta a história de uma família de retirantes – Fabiano e Sinhá Vitória, um casal, seus dois filhos, que não possuem nomes na narrativa, e uma cadela extremamente magra chamada Baleia. A narrativa se inicia com todos caminhando debaixo de sol quente, no limite das forças, da fome e da sede, quando conseguem encontrar um sítio abandonado onde fazem morada por um tempo. Depois, o dono retorna e acaba empregando Fabiano como vaqueiro – embora em uma relação de trabalho extremamente desfavorável ao retirante, pois ele não recebia dinheiro, apenas parte das crias; acabava tendo que vender as reses ao chefe por valores exíguos ou tomar dele dinheiro emprestado, sendo obrigado a sempre trabalhar e continuar devendo. 

A vida da família é marcada por agruras. Ambos são analfabetos; Sinhá Vitória consegue fazer contas com dificuldade, mas Fabiano, encarregado de ir à cidade fazer as compras, tem pouca habilidade para lidar com dinheiro e, por isso, desconfia de tudo e todos a sua volta. Sua sina é a lida com o rebanho: ele entende que só sabe fazer isso na vida. Como conversa pouco com os outros, sua linguagem recrudesce, torna-se baseada apenas em poucas palavras e nos sons necessários para tocar a boiada, chamar os cães. Isso lhe causa imensos problemas, pois a inviabilidade de se comunicar faz com que seja mal-entendido: a pior consequência, nesse caso, se deu quando foi preso por um Soldado Amarelo, com quem não conseguiu falar; tampouco foi capaz de se defender e expor seu lado, tamanha era sua inabilidade com as palavras. Graciliano Ramos, ao longo do livro, tece diversas comparações entre Fabiano e os animais, de modo que os seres humanos e os bichos se tornam extremamente semelhantes na narrativa. Essa animalização é uma das tônicas da obra e acompanha cada reflexão do vaqueiro. Em determinado momento, a cadela Baleia aparece com uma doença, e o pai da família é obrigado a sacrificá-la; os sentimentos da cachorra nessa hora são a parte mais sensível do livro, reforçando uma ideia de secura das emoções humanas em contraste com a “humanidade” de Baleia. A condição de vida parca, a seca iminente e a carência absoluta de objetos necessários também são uma marca importante da obra. Faltam querosene para acender os lampiões, utensílios para cozinhar, roupas para vestir. Isso faz com que a vida de todos seja apenas determinada pelo momento, pelas necessidades imediatas; nem mesmo sonhos os retirantes são capazes de ter. Fabiano sonha apenas em ter um lugar seguro do flagelo da seca, e Sinhá Vitória passa o livro a desejar uma cama de “lastro de couro”, uma cama igual às que pessoas com melhores condições tinham, que não fosse apenas varas de madeira estendidas. Os sonhos pequenos são sintomas de uma vida seca na sua totalidade – na linguagem, nas relações, nas posses, na falta de água.

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