PROPOSTA DE PRODUÇÃO TEXTUAL
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo da sua
formação, redija um texto dissertativo-argumentativo na modalidade formal da língua portuguesa sobre o
tema “Violência contra o professor nas escolas brasileiras”.
TEXTO 1
A violência, a escola e você
Luis Carlos de Menezes
A onda de violência que atinge escolas no Brasil também é vista em outras partes do mundo. Nos últimos tempos,
casos de jovens assassinados em nossas escolas se alternam com notícias de matanças múltiplas em colégios norte-americanos. Mais recentemente, no intervalo de poucos dias, sucederam-se notícias de agressões em que uma
professora teve os dentes quebrados, outra teve um dedo decepado, outra ainda os cabelos queimados - e um
professor foi morto a tiros.
Sabemos que nenhuma escola é uma ilha, mas parte da sociedade. E no nosso caso essa sociedade tem-se
embrutecido de forma espantosa. O roubo, o tráfico, a corrupção, o desrespeito e o preconceito levam a atos
violentos e criminosos. Para recompor valores deteriorados e conseguir preparar os jovens para a vida, a escola não
pode ignorar a violência em suas próprias práticas e precisa trazer as questões do mundo para a sala de aula.
Alunos agredidos, livros roubados, alunas assediadas, funcionários humilhados, ofensas entre professores e alunos.
Todos esses são exemplos de situações internas à escola que precisam ser enfrentadas com a mesma firmeza com que
debatemos a violência do mundo em geral. Do contrário, nosso papel formador não será cumprido. Tudo no ambiente
escolar tem caráter pedagógico. Compreender como o abuso do álcool ameaça quem está ao volante (e também
quem está nas ruas e no convívio doméstico), desenvolver projetos que mostrem como a intolerância, a injustiça e o
preconceito resultam em violência (tanto entre nações como entre pessoas), estabelecer paralelos entre o que se vive
na escola e o que se vê fora dela são apenas alguns exemplos de como não fugir dessa difícil questão.
Numa sociedade violenta, a escola deve se contrapor abertamente à cultura de agressões. Acredito que as situações
que dizem respeito a questões internas devem ser tratadas nos conselhos de classe, identificando responsabilidades,
garantindo reparações e promovendo formação. Mas a atitude firme contra a violência deve antecipar-se aos fatos
como parte do projeto educativo. Turmas de alunos e novos professores devem ser recebidos a cada ano com um
diálogo de compromisso, que apresente e aperfeiçoe as regras de convívio, para que não se desrespeitem os mestres
em seu trabalho nem os jovens em seu aprendizado. Como meios e fins devem ser compatíveis, são necessários
tempo e instalações, especialmente previstos para o convívio, pois quem é tratado como gado ou fera, enquadrado
em carteiras perfiladas ou coletivamente abandonado em pátios áridos, mais facilmente vai se comportar como gado
ou fera.
Disponível em:< http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/educacao/conteudo_246452.shtml>. Acesso em: 12 jul. 2015.
TEXTO 2
Pesquisa põe Brasil em topo de ranking de violência contra professores
Daniela Fernandes
De Paris para a BBC Brasil
28 agosto 2014
Uma pesquisa global feita com mais de 100 mil professores e diretores de escola do segundo ciclo do ensino
fundamental e do ensino médio (alunos de 11 a 16 anos) põe o Brasil no topo de um ranking de violência em escolas.
Na enquete da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), 12,5% dos professores ouvidos
no Brasil disseram ser vítimas de agressões verbais ou de intimidação de alunos pelo menos uma vez por semana.
Trata-se do índice mais alto entre os 34 países pesquisados - a média entre eles é de 3,4%. Depois do Brasil, vem a
Estônia, com 11%, e a Austrália com 9,7%.
Na Coreia do Sul, na Malásia e na Romênia, o índice é zero.
"A escola hoje está mais aberta à sociedade. Os alunos levam para a aula seus problemas cotidianos", disse à BBC
Brasil Dirk Van Damme, chefe da divisão de inovação e medição de progressos em educação da OCDE.
O estudo internacional sobre professores, ensino e aprendizagem (Talis, na sigla em inglês), também revelou que
apenas um em cada dez professores (12,6%) no Brasil acredita que a profissão é valorizada pela sociedade; a média
global é de 31%.
O Brasil está entre os dez últimos da lista nesse quesito, que mede a percepção que o professor tem da valorização de
sua profissão. O lanterna é a Eslováquia, com 3,9%. Em seguida, estão a França e a Suécia, onde só 4,9% dos
professores acham que são devidamente apreciados pela sociedade.
Já na Malásia, quase 84% (83,8%) dos professores acham que a profissão é valorizada. Na sequência vêm Cingapura,
com 67,6% e a Coréia do Sul, com 66,5%.
A pesquisa ainda indica que, apesar dos problemas, a grande maioria dos professores no mundo se diz satisfeita com o
trabalho.
A conclusão da pesquisa é de que os professores gostam de seu trabalho, mas "não se sentem apoiados e
reconhecidos pela instituição escolar e se veem desconsiderados pela sociedade em geral", diz a OCDE.
Disponível em: bbc . Acesso em 29
de outubro de 2015.
INSTRUÇÕES:
O texto definitivo deve ser escrito à tinta, no espaço reservado, em até 30 linhas.
A produção que apresentar cópia dos textos-base terá o número de linhas copiadas desconsiderado para
efeito de correção.
A produção deve ser feita em prosa.
Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a produção textual que:
Tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada, portanto, “insuficiente”.
Fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo.
Apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos.
Apresentar parte do texto deliberadamente desconectada com o tema proposto.
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