Filosofia e Redação do Enem

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A redação do Enem é constituída na escrita de um texto em prosa (texto dividido em parágrafos), de caráter dissertativo-argumentativo. O candidato produz um argumento principal, a sua tese, a qual defenderá durante todo o texto.
A utilização de argumentos de autoridade, tais como os de filósofos que cooperem com a tese só reforçam o caráter argumentativo do texto.
Concordamos com CNEC ao afirmar que 

A filosofia é uma disciplina que tem na sua essência mais básica a preocupação com a formação de escritores que saibam se fazer entender. Tendo na palavra sua mais verdadeira forma de difusão, a filosofia – os filósofos – desde tempos mais longínquos, se ocuparam do desenvolvimento de técnicas de argumentação que, ao longo dos séculos, se compuseram em precioso manancial para aqueles que desejam desenvolver a capacidade da escrita. 

Por exemplo, diante de uma temática que aborda a sociedade de consumo, percebemos apoio nas palavras de Zygmunt Bauman e Jean Baudrillard. Pois, segundo eles

Nessa sociedade, Bauman postula que, de um lado, há a mercadoria como centro das práticas cotidianas e, de outro, uma constante orientação para que o modelo de comportamento seja sempre direcionado para o ato de consumir. Segundo Baudrillard, o consumo, na qualidade de nova modalidade de vida, transformou-se na moral do mundo contemporâneo. Assim, a maneira como vivemos define-se pela forma como consumimos, levando a reconstrução das relações humanas a partir do padrão e semelhança das relações entre os consumidores e os objetos de consumo. É a transformação dos consumidores em mercadorias.

E Bauman ainda diz que "a busca pela felicidade plena por meio do consumo é ineficiente, mesmo depois de inúmeros bens materiais adquiridos".
A produção textual aliada à Filosofia respalda o candidato por meio de uma contextualização focada no tema. Um aluno que lê e cita filósofos só tem a deixar o texto mais aprofundado.
Abaixo uma matéria do prof.José Leonardo Annunziato Ruivo.

Por que estudar Filosofia e a Redação no Enem

É uma pergunta constante o motivo pelo qual as pessoas devem estudar Filosofia, principalmente quando se trata da Educação Básica. Muito se fala sobre isso: em uma pesquisa rápida na internet encontramos uma diversidade de respostas tão grande quanto aquelas que buscam determinar o que é Filosofia – ou como se costuma interpretar uma famosa passagem de Kant (“Não se ensina Filosofia, mas a filosofar”). Pensar sobre a natureza da Filosofia já é filosofar. Em termos mais práticos, percebe-se que no Ensino Médio o valor das disciplinas está diretamente associado ao que elas podem oferecer para o ingresso em um curso universitário, seja via Enem ou vestibular. Nessa linha, o caso da Filosofia parece ser bastante problemático, já que no Rio Grande do Sul só a Universidade Federal de Santa Maria cobra essa disciplina no exame de ingresso. E, em termos de Enem, a Filosofia tem um valor secundário frente à Geografia ou História. Contudo, no blogue do filósofo Stephen Law vemos várias razões para se estudar Filosofia e, dentre elas, o surpreendente são os números: estudantes de Filosofia em países de língua inglesa possuem um altíssimo ranking em testes, superando Física e Matemática no que tange ao pensamento quantitativo e superando a Língua Inglesa na parte escrita. Penso que isso mostra a importância capital dessa disciplina na redação do Enem. É claro que a matriz de competências dessa prova atribui peso à Língua Portuguesa quando cobra o Domínio da Língua Culta (Competência I). Mas em todas as outras Competências, o estudo da Filosofia é fundamental. Compreender qual é o tema, diferenciando-o do assunto (Competência II) passa por saber interpretar que “assunto” refere-se a um tópico amplo (como liberdade de expressão, por exemplo) e que “tema” refere-se a uma delimitação do “assunto” (como o papel da liberdade de expressão na construção de uma sociedade mais justa, seguindo o exemplo). Já nas Competências III e IV, sem um estudo de argumentação (Lógica), o estudante terá muito mais dificuldade em atingir uma boa pontuação porque precisa construir, de modo consciente, um texto coeso e coerente. Na Competência V, que exige do estudante uma proposta de solução para o problema, também a Ética e a Filosofia Política têm um papel importante. Em suma, construir um texto dissertativo-argumentativo, como pede a redação do Enem, será muito mais fácil se os estudantes tiverem boas aulas de Filosofia que privilegiem a argumentação e o pensamento sobre o discurso. 

Alguns filósofos importantes*:

Tales de Mileto
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Tales de Mileto (624 a.C.-558 a.C.) foi um importante filósofo, matemático e astrônomo grego. Seus principais fundamentos se baseavam na existência de um “princípio único”, o filosofo afirmava que a água seria a origem de toda a existência, embora outros filósofos e discípulos discordassem. Tales também defendia a ideia de imanência, que consistia na crença de que Deus está presente em todas as coisas da natureza.
Segundo Site do Guia do Estudante:
Imanência é a ideia de que Deus está presente no mundo. Tales de Mileto dizia que todas as coisas estão cheias de deuses, e ensinava que era preciso abrir os olhos para o mundo. Por isso, os filósofos ligados à ideia da imanência estudavam os princípios da natureza.
Descartes
Resultado de imagem para descartesRené Descartes foi um matemático, filósofo e físico francês do século XVII. Chegando a duvidar da sua própria existência, Descartes ficou conhecido por um de seus pensamentos mais influentes na filosofia: “penso, logo existo.” O filósofo também desenvolveu o chamado Método Cartesiano, no qual defende que só pode considerar que algo é real caso a sua existência possa ser comprovada.
Guia do Estudante:
O cartesianismo consiste em negar e questionar tudo que não resistia a dúvidas. Como o próprio nome indica, teve no filósofo francês René Descartes o maior defensor. Descartes chegou a duvidar da própria existência, mas conseguiu prová-la com a famosa frase Penso logo existo. Depois de Descartes, o mundo viveu revoluções em várias áreas, colocando diversas ideias estabelecidas em dúvida.
Platão
Resultado de imagem para plataoPlatão é considerado um dos principais pensadores gregos e influenciadores da filosofia ocidental. Suas ideias tinham como base a diferenciação do mundo entre as coisas inteligíveis (mundo das ideias e a inteligência) e as coisas sensíveis (seres vivos e a matéria). O filosofo também ficou conhecido pela famosa Alegoria da Caverna (obra República), em que defende uma conexão metafísica entre estes dois mundos. Platão também acreditava na imortalidade da alma. Saiba mais sobre Platão.
Guia do Estudante:
Para Platão, antes do mundo real existe o mundo das ideias, que seria o único verdadeiro de fato. Enquanto isso, o mundo em que vivemos seria uma sombra, uma ilusão. Platão também acreditava na imortalidade da alma.
Sócrates
Resultado de imagem para sócratesSócrates também pode ser considerado um dos principais fundadores da Filosofia ocidental que conhecemos hoje. Acreditando que a sabedoria do homem é sempre limitada à sua própria ignorância, o filósofo é autor do conhecido pensamento “Só sei que nada sei.” Sócrates era considerado pelos seus contemporâneos um dos homens mais sábios e inteligentes, principalmente pelo seu grande interesse em levar o conhecimento para cidadãos gregos através do método do debate e diálogo, costumes estabelecidos por ele. Para Sócrates, a dialética (processo de perguntas e respostas para chegar à verdade) importava mais que os argumentos retóricos usados pelos sofistas.
Guia do Estudante: A dialética é a arte de debater. O grande nome aqui é Sócrates, que estabeleceu o costume do diálogo nas rodas de intelectuais da Grécia. Antes dele, a retórica, a capacidade de falar bem, importava mais do que os argumentos. Todo mundo sabe que ética envolve o que é certo e o que é errado. O problema é que o conceito de certo e errado muda de acordo com o tempo e a cultura. Sócrates também foi fundamental para o desenvolvimento da ética.
Epicuro
Resultado de imagem para epicuroEpicuro foi um grande filósofo grego, seguidor das ideias de Platão e que teve seu pensamento bastante difundido no Egito e na região de Salmos, onde nasceu. Este filósofo desenvolveu sua teoria defendendo a ideia de que só poderíamos ser felizes se buscarmos as coisas que nos satisfazem, ou seja, os nossos prazeres. No epicurismo, o caminho é procurar a libertação do medo, vivendo com prazeres moderados e satisfazendo as necessidades essenciais como amizade, liberdade e reflexão.
Guia do Estudante: Para o filósofo Epicuro, vive bem quem não tem medo e aproveita o hoje. No Epicurismo, o caminho é procurar viver com prazeres moderados, conseguindo assim a libertação do medo.
Maquiavel
Resultado de imagem para maquiavelResponsável pelo surgimento do termo “maquiavélico”, Nicolau Maquiavel foi um importante filósofo italiano da época do Renascimento. Defendia a ideia de que quem determina o que é certo ou errado não é Deus, mas o homem. Em sua mais conhecida obra “O príncipe”, Maquiavel diz que o governante deve fazer qualquer coisa em seu território para manter a ordem, inclusive usar a violência para atingir os seus objetivos. Uma de suas famosas frases é “Os fins justificam os meios.”
Guia do Estudante: Foi na época o pensamento humanista se desenvolveu que o homem virou o centro das atenções, seja nas pinturas, obras de arte, pesquisas ou outros campos. No humanismo, quem determina o que é certo ou errado não é Deus, mas o homem. Um bom exemplo nesse sentido é Nicolau Maquiavel, o autor do famoso O Príncipe.
KantImmanuel-Kant
Immanuel Kant foi um filósofo alemão do século XVIII e um dos principais pensadores do período moderno da Filosofia. Kant é conhecido principalmente por promover a reunião conceitual entre o racionalismo de Descartes e o empirismo. Em sua obra “A crítica da razão pura”, o filósofo defende a ideia de que não podemos conhecer a verdade do mundo como ele é em si, pois pensamos, percebemos e agimos de formas muito determinadas. Por isso busca em sua obra formular maneiras para um bom uso do entendimento.
Guia do Estudante: As descobertas científicas dos séculos XVI e XVII derrubaram a ideia de que o mundo era uma coisa ordenada por Deus. Por isso, os filósofos dessa época diziam que era necessário iluminar-se e criar uma nova ordem para o mundo. Entre eles estava Emmanuel Kant, autor do livro Crítica da Razão Pura.
*https://blog.enem.com.br/7-filosofos-que-voce-deve-conhecer-para-o-enem/



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