LIVROS PARA UTILIZAR NA REDAÇÃO VESTIBULAR

Vidas Secas – Graciliano Ramos

Publicado em 1938, “Vidas Secas” é um livro escrito pelo escritor brasileiro Graciliano Ramos que precisa fazer parte da lista de livros para o Enem de todo estudante. Afinal, o romance é considerado uma das obras mais importantes da literatura brasileira do século XX. O foco principal do livro é retratar a condição humana em um contexto de extrema pobreza, explorando as emoções entre os personagens. Para isso, “Vidas Secas” retrata a dura vida de uma família de retirantes nordestinos em meio à aridez do sertão brasileiro.  A história é centrada na família composta pelo pai Fabiano, a mãe Sinhá Vitória, os dois filhos, o cachorro Baleia e o papagaio. A narrativa descreve as dificuldades enfrentadas pela família, como a fome, a sede, a falta de trabalho, a opressão e a luta pela sobrevivência.

O Cortiço – Aluísio de Azevedo

O livro “O Cortiço”, romance naturalista brasileiro escrito por Aluísio Azevedo e publicado em 1890, retrata a vida dos moradores de uma habitação coletiva no Rio de Janeiro do final do século XIX. A narrativa apresenta o cotidiano das pessoas que vivem no cortiço, destacando as relações sociais, as condições degradantes de vida, a exploração e a luta pela sobrevivência. Além disso, o livro para o Enem é conhecido por retratar de forma crua e realista a vida nos cortiços, mostrando a miséria que domina esse ambiente. Aluísio Azevedo utiliza uma narrativa objetiva e descritiva para explorar as características físicas e psicológicas dos personagens, destacando as fraquezas e limitações de cada um.

O Povo Brasileiro – Darcy Ribeiro

“O Povo Brasileiro” é um livro do antropólogo, político e escritor brasileiro Darcy Ribeiro, perfeito para ajudar na redação. Este livro para o Enem visa analisar a formação étnica e cultural do povo brasileiro, buscando compreender as diferentes influências que moldaram a identidade nacional ao longo da história. Para isso, Darcy Ribeiro apresenta uma visão abrangente sobre a construção do povo brasileiro, utilizando conceitos da antropologia, história, sociologia e outras áreas do conhecimento. O autor também destrincha as origens indígenas, africanas e europeias da população brasileira, investigando como esses elementos se entrelaçam ao longo dos séculos para formar a diversidade cultural do país.

Quarto de Despejo – Carolina Maria de Jesus

Mais um livro para o Enem é “Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada”, escrito pela autora brasileira Carolina Maria de Jesus. Publicado em 1960, o livro é uma espécie de diário que relata a vida e as condições de extrema pobreza e exclusão social enfrentadas por Carolina e sua família na favela do Canindé, em São Paulo. O livro retrata a dura realidade da vida na favela e dá voz às experiências e lutas enfrentadas pelos moradores. Carolina Maria de Jesus escreve de forma direta, registrando suas observações sobre a pobreza, a fome, a violência e as dificuldades que permeiam sua existência. A autora descreve os desafios de criar seus filhos em meio à miséria e à falta de oportunidades, ao mesmo tempo em que expressa seus sonhos, esperanças e indignações. Tudo isso também em meio a um cenário crescente de êxodo rural. 

Grande Sertão: Veredas – Guimarães Rosa

“Grande Sertão: Veredas”, um dos romances mais conhecidos e importantes da literatura brasileira, também está na nossa lista de livros para o Enem, sobretudo na prova de literatura. Escrito por João Guimarães Rosa e publicado em 1956, a obra narra temas como amor, violência, identidade e busca espiritual em um ambiente rural conhecido como sertão. Além disso, aborda a jornada do protagonista Riobaldo, um jagunço que conta sua história em forma de memórias e reflexões. A narrativa se desenrola por meio de um monólogo intenso e lírico, repleto de neologismos, regionalismos e uma linguagem peculiar do autor.

Capitães de Areia – Jorge Amado

Claro que um dos maiores escritores modernista do mundo não ficaria de fora da lista de livros para o Enem. Escrito por Jorge Amado e publicado em 1937, “Capitães de Areia” é um romance que apresenta a vida de um grupo de crianças marginalizadas (conhecidas como Capitães de Areia) que vivem nas ruas de Salvador no início do século XX. Na obra literária, o escritor explorou as condições de pobreza, abandono e violência enfrentadas por crianças e jovens em situação de rua. Tudo isso com sensibilidade e realismo, apresentando suas histórias individuais e suas lutas para sobreviver em um ambiente desafiador e cruel.

A Revolução dos Bichos - George Orwell 

Verdadeiro clássico moderno, concebido por um dos mais influentes escritores do século XX, A revolução dos bichos é uma fábula sobre o poder. Ela narra a insurreição dos animais de uma granja contra seus donos. Progressivamente, porém, a revolução degenera numa tirania ainda mais opressiva que a dos humanos. O livro pode parecer uma simples fábula infantil em uma leitura distraída, mas ele possui uma forte mensagem contra o totalitarismo. O livro foi escrito em plena Segunda Guerra Mundial e publicado em 1945. Ele satiriza ferozmente a ditadura stalinista numa época em que os soviéticos ainda eram aliados do Ocidente na luta contra o eixo nazifascista. Na redação, o livro pode ser utilizado como referência para falar sobre manipulação, poder, opressão.

A Peste - Albert Camus 

Lançado em 1947, o livro narra as mudanças na vida dos cidadãos de Oran após o surgimento de uma peste que, transmitida por uma infinidade de ratos, vai aniquilando a população. Para além da representação da epidemia, a narrativa é vista na atualidade como uma alegoria da morte em massa ocasionada pela Segunda Guerra Mundial. Narrado do ponto de vista de um médico envolvido nos esforços para conter a doença, o texto de Albert Camus ressalta também a solidariedade, a solidão, a morte e outros temas fundamentais para a compreensão dos dilemas do homem moderno. Além disso, com a pandemia da Covid-19, a história ganha traços de atualidade e também permite reflexão sobre o momento atual da sociedade. 

A Metamorfose - Franz Kafka 

Nesta obra, Kafka narra a história Gregor Samsa, que abandona as suas vontades e desejos para sustentar a família e pagar a dívida dos pais. Numa certa manhã, contudo, Gregor acorda metamorfoseado num inseto monstruoso, o que passa a atrapalhar suas relações pessoais e profissionais.  Nos primeiros momentos, o livro descreve as dificuldades iniciais de Gregor na nova forma. Uma ironia presente neste trecho do livro é que Gregor não se preocupa com sua transformação, mas sim com o fato de estar atrasado para o trabalho. Essa obra é um retrato bastante fiel do ser humano moderno e de sua condição, mostrando como o homem é um ser frágil e a hostilidade da sociedade. Ao longo da narrativa, Gregor passa a ser um indivíduo excluído do sistema de relações humanas, o que permite importantes reflexões sobre a marginalização e exclusão social que muitas pessoas vivem fora do universo ficcional. 

Sociedade do Cansaço - Byung-Chul Han 

Neste livro, Byung-Chul Han mostra que a sociedade disciplinar e repressora do século XX descrita por Michel Foucault perde espaço para uma nova forma de organização coercitiva: a violência neuronal. Segundo o autor, as pessoas se cobram cada vez mais para apresentar resultados – tornando elas mesmas vigilantes e carrascas de suas ações. Em uma época onde poderíamos trabalhar menos e ganhar mais, a ideologia da positividade opera uma inversão perversa: nos submetemos a trabalhar mais e a receber menos. Essa onda do 'eu consigo' e do 'yes, we can' tem gerado um aumento significativo de doenças como depressão, transtornos de personalidade, síndromes como hiperatividade e burnout. Este livro transcende o campo filosófico e nos ajudar a compreender os novos problemas do século XXI.

Olhos d’Água - Conceição Evaristo 

Em Olhos D’água, Conceição Evaristo constrói uma série de narrativas, composta por 15 diferentes contos. Eles relatam a história de mulheres e homens negros que sofreram e sofrem os mais diferentes tipos de violência e depreciação na sociedade. Contudo, desde o primeiro conto que leva o mesmo título do livro, percebemos que a autora vai além de uma construção vinculada apenas ao sofrimento – ela conduz o leitor a um aspecto da ancestralidade e identidade afro-brasileira que perpassa, e em alguns momentos até acalenta, a dura realidade de seus personagens. O livro permite importante reflexão sobre o racismo presente na sociedade e a desigualdade social.

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