PROPOSTA DE PRODUÇÃO TEXTUAL

 

Paradoxo da Tolerância: como lidar com discursos intolerantes na sociedade contemporânea?




Proposta de Redação

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Paradoxo da Tolerância: como lidar com discursos intolerantes na sociedade contemporânea?”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I

Em 1945, o filósofo Karl Popper publicou “The Open Society and Its Enemies”, obra que defende os valores da democracia. Nesse mesmo livro, Popper também discursa sobre o que ele define como O Paradoxo da Tolerância. Popper abre sua teoria com as seguintes palavras: “Tolerância ilimitada culminará no desaparecimento da tolerância. Se estendermos a tolerância ilimitada até para aqueles que são intolerantes […], então os tolerantes serão destruídos, e junto com eles a tolerância.” “Nessa formulação, eu não sugiro que devemos sempre suprimir os discursos de filosofias intolerantes; desde que seja possível contrariá-los através da argumentação lógica e desde que a opinião pública os mantenha quietos, suprimi-los seria imprudente.” “Porém, devemos reivindicar o direito de suprimi-los até pela força, se necessário; pois é provável que eles não estejam preparados para encontrar nosso nível de argumento racional, e podem começar a rejeitar qualquer tipo de argumento.” “Eles podem proibir seus seguidores de ouvirem argumentos racionais, e ensiná-los a responderem argumentos com seus punhos ou pistolas. Nós devemos, portanto, reivindicar, em nome da tolerância, o direito de não tolerar os intolerantes.” Disponível em: <https://naomekahlo.com/o-paradoxo-da-tolerancia/> (Adaptado)

TEXTO II

Disponível em: <https://www.reddit.com/r/brasil/comments/pyojs5/o_paradoxo_da_toler%C3%A2 ncia_de_karl_popper>

TEXTO III

No dia 7 de fevereiro de 2022, durante a transmissão do podcast Flow, um fato em particular alcançou grande repercussão nacional. Na ocasião, o apresentador Bruno Monteiro Aiub (Monark) entrevistava os deputados federais Kim Kataguiri e Tabata Amaral e, ao debaterem sobre a extensão do direito à liberdade de expressão, aquele se posicionou favoravelmente à criação de um partido nazista, assim como ao direito de um indivíduo ser antijudeu. O apresentador fundamentou suas ideias no fato de que dentro do campo da liberdade de expressão tudo seria válido. Na sequência, as declarações do apresentador foram amplamente divulgadas e objeto de severa repulsa por parte da sociedade. O apresentador, então, retratou-se publicamente e apresentou suas justificativas a respeito do equívoco cometido. O fato em questão é, por certo, grave, sobretudo quando considerado o alcance que o programa pode ter e o efeito que tais declarações podem causar em determinados ouvintes. Em tempos de terrorismo do “lobo solitário” (lone wolf terrorist) e outras formas de acentuada intolerância, certas palavras irradiam efeitos muito além do imaginável. O efeito borboleta, teorizado em 1972 pelo matemático e meteorologista Edwar Norton Lorenz, aduz que o “bater de asas de uma borboleta no Brasil pode gerar um tornado no Texas” (Franko, 2019). Nessa linha, ainda que não se possa evidenciar qualquer intento genocida nas declarações de Monark, deve-se ponderar que uma mensagem difundida em um canal de comunicação de grande alcance pode se tornar uma fagulha, cujos desdobramentos podem ser extremamente nocivos e com danos inestimáveis. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/2022-mai-06/fernando-palazzo-ruanda-monark-limites-odio-democratico>

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