PROPOSTA DE PRODUÇÃO TEXTUAL

TEMA: A IMPORTÂNCIA DA CONSCIÊNCIA COLETIVA

TEXTO I

Consciência coletiva, de acordo com o sociólogo francês Émile Durkheim, é um conjunto cultural de ideias morais e normativas, a crença em que o mundo social existe até certo ponto à parte e externo à vida psicológica do indivíduo.
Toda a teoria sociológica de Durkheim pretende demonstrar que os fatos sociais têm existência própria e independente daquilo que pensa e faz cada indivíduo em particular. Embora todos possuam sua "consciência individual", seu modo próprio de se comportar e interpretar a vida, podem-se notar, no interior de qualquer grupo ou sociedade, formas padronizadas de conduta e pensamento. Essa constatação está na base de um fenômeno ao qual Durkheim chamou de consciência coletiva.
Segundo Durkheim "para que exista o fato social é preciso que pelo menos vários indivíduos tenham misturado suas ações e que dessa combinação tenha surgido um produto novo". Esse produto novo, constituído por formas coletivas de agir e pensar, se manifesta como uma realidade externa às pessoas. Ele é dotado de vida própria, não depende de um indivíduo ou outro [1].
"Mas, dirão, um fenômeno só pode ser coletivo se for comum a todos os membros da sociedade ou, pelo menos, à maior parte deles, portanto, se for geral. Certamente, mas, se ele é geral, é porque é coletivo (isto é, mais ou menos obrigatório), o que é bem diferente de ser coletivo por ser geral. Esse fenômeno é um estado do grupo, que se repete nos indivíduos porque se impõe a eles. Ele está em cada parte porque está no todo, o que é diferente de estar no todo por estar nas partes[...]". (As regras do método sociológico, p.09)
O indivíduo se submete à sociedade e é nessa submissão que ele encontra abrigo. A sociedade que o força a seguir determinados padrões, é a mesma que o protege e o faz sentir-se como parte de um todo estruturado e coeso. Essa dependência da sociedade traz consigo o conforto de pertencer a um grupo, um povo, um país. Nesse sentido, não há contradição alguma na relação submissão-libertação. Esta interpretação guarda certa relação com as necessidades psicológicas que incluem a auto-inclusão (auto-estima, relacionamento, amizade, etc.), como encontrado no conceito da necessidade social individual na teoria de Maslow.
Mas existem contradições quanto ao fato de poder ser livre pela autonomia pessoal e ao mesmo estar preso às necessidades inconscientes, que podem incluir a busca pela vida em sociedade ou de pertencer a certo grupo. Alguns psicólogos e psicanalistas dizem que as teorias de coletividade impõem certo tom de igualitarismo empírico aos integrantes de uma sociedade (por exemplo, os jovens são orientados pelos pais a procederem de uma certa maneira; mas os companheiros do colégio dizem que não tem nada errado em faze-lo diferente, simplesmente porque "todos fazem", dando valor de sentido existencial à vivência, mais do que aos significados inseridos nela).
Alguns cientistas chegaram a um nível mais refinado da avaliação, partindo de uma análise antropológico-biológica para explicar a questão. Por exemplo, o astrofísico e neurocientista Maicon Santiago argumenta que não existe contradição entre os conceitos sociológicos da experiência do indivíduo e o substrato psicológico intrínseco da interação social (aspecto fundamental), porque a autonomia interacionista da consciência é parte crucial da evolução humana, resultado da necessidade de sobrevivência de cada indivíduo dentro dos diferentes grupos de populações nas escalas ancestrais.
Portanto, se a interação social é resultado de um potencial fundamental do indivíduo para a coletividade, então foram as partes que evoluíram para compor um todo padronizado. Isso significa que a teoria de Durkheim está apoiada nos mesmos pressupostos que nutrem a atual concepção psicossocial que figura dentro da história comportamental evolutiva das categorias de relações individuais.

TEXTO II
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TEXTO III

Em tempos de globalização da informação, economia dinâmica e pandemias causadas por vírus letais, a palavra mais recorrente é medo. Precisamos entender quando o medo é educativo e quando o medo faz o ser humano exercitar a sua pior parte, o egoísmo e o individualismo. Este coronavírus, o COVID-19, dá para nós da geração pós segunda Grande Guerra a primeira sensação de insignificância diante das intempéries da natureza ou dos movimentos de poder exercidos pelos “outros” humanos aqui no planeta terra. E diante de tudo vem o medo. O medo é um sentimento comum a todo ser humano e que permite nos protegermos de possíveis perigos do cotidiano. Mas é importante tomar cuidado para ele não nos paralisar. Por outro lado, parte da humanidade diante do medo se torna insensível e destrutível em relação aos outros. Em casos de evacuação de locais apertados é comum o pisoteamento, só para ficar em um exemplo. Tudo isso ocorre porque medo é um estado emocional que surge em resposta a consciência perante uma situação de eventual perigo. A ideia de que algo ou alguma coisa possa ameaçar a segurança ou a vida de alguém, faz com que o cérebro ative, involuntariamente, uma série de compostos químicos que provocam reações que caracterizam o medo. São muitas as funções do medo. Em certo sentido, o potencial de sentir medo existe porque cumpre uma função também evolutiva. Em sua vertente “inteligente”, o medo nos afasta e nos protege do perigo, seja de um perigo presente ou antecipado. Podemos entender o medo como sentimento de insegurança em relação a uma pessoa, uma situação ou um objeto. Medo é pessoal, o que assusta um pode ser indiferente para o outro. Mas o pânico macro, em escala assim como estamos vendo, causa reações coletivas impressionantes que afetam diretamente o indivíduo. O sujeito vai do empoderamento a insignificância em segundos. Isso nos iguala e faz com que acreditemos mais na coletividade que na individualidade. Resta saber o que será da humanidade no pós crise COVID-19. Temos a obrigação de sair ao mínimo mais solidários com os problemas dos outros e mais comprometidos com as soluções também. Quem sabe trocaremos os velhos slogans prepotentes e ameaçadores tais como: “mexeu com um mexeu com todos” para “problema de um é problema de todos, vamos solucionar juntos”. Desde o “pós direitos humanos”, que tem sua importância, exerceu e exerce papel fundamental na reorganização social, mas que também fez a humanidade entrar para uma estrada de fracionamento indiscriminado da espécie ao ponto de humano não reconhecer humano, pois já não basta ser gente, tem que ter rótulo, será que não é hora de irmos para o “ajuntamento”. O medo da morte, de alguma forma, nos iguala. Disso temos medos comuns e o medo pode ser educativo! Depois desta tosse, em que mundo queremos viver? Qual a minha importância para os outros e quanto os demais são importantes para mim? Orgulho, avareza, prepotência, valentia, egoísmo, superioridade não compram nem vida, nem amor, muito menos bem viver. Uma hora o corona adormece, a vida não! A vida segue, de que forma? Fonte: https://www.vgnoticias.com.br/artigos/medo/65421

TEXTO IV

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